quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Selinhos!!!




De Além-Mar vem os Selinhos que ganhei - já faz bastante tempo - tão carinhosamente da minha amiga Gabi querida de Todososdias!
Lindeza, agradeço demais por todos eles!!!
Bom, eu tenho de responder a algumas perguntinhas:
  1. Mania: Pensar.
  2. Pecado Capital: Eita! Conto, não!!! Hehehehehehehe!!!
  3. Melhor Cheiro do Mundo: Ah... Gosto de tantos cheiros. Mas, acho que quando estamos amando, é o cheiro do ser amado. Quando eu for mãe - se eu for - acho que será o cheiro do meu bebê...
  4. Se o dinheiro não fosse problema: Eu seria mais tranquila ainda do que já sou.
  5. História de Infância: Nossa! Tenho tantas. Nem consigo enumerá-las... Já até contei algumas no Universo...
  6. O que não gosto de fazer em casa: Lavar Louça - DETESTO!
  7. Habilidade na cozinha: Muitas! Modéstia à parte, cozinho muito bem!!!
  8. Frase preferida: "Amor é sede, depois de se ter bem bebido", fragmento do Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (simplesmente o melhor)
  9. Passeio para o corpo: Um banho beeeeeeeeeeeeeeeeem demorado...
  10. Passeio para a alma: Nossa... Andar de mãos dadas com quem ama... Não importa o lugar. Mas, o Rio de Janeiro, mesmo só, conserta minha alma quando ela está quebrada, alegra quando ela está triste, e faz festa quando estou alegre... É o lugar que minha alma mais ama no mundo inteiro!
  11. O que me irrita: Mentiras. E gente que pensa que sabe mais do que eu o que eu sinto.
  12. Frases e palavras que eu mais uso: Bom... Falo alguns palavrões que não vou colcar aqui. Mas, frases, em geral eu gosto muito dos ditados romanos... Tipo: Alea Jacta Est, Tempus Fugit, In Vino Veritas...
  13. Palavrões mais usados: Gente... Vou dizer aqui não!!! Hehehehehehehe!!!
  14. Talento oculto: Cantar... E nem é tão oculto assim!
  15. Não importa que esteja na moda, eu nunca usaria: Meia arrastão.
  16. Queria ter nascido sabendo: A não sofrer por amor.

A segunda regrinha é mandar estes selinhos para outros Blogs, os quais eu indico aqui:

Demais pra Minha Cabeça

Vou Mais Leve

Fufuquices

Coisinhas da Thica

As Pintas de Um Dálmata.

Até gostaria muito de indicar outros, mas esses já receberam também da Gabi...

Beijocas enorrrrrrrrrrrrmes dessa Balzaca que andou desaparecida daqui, mas que está de volta - na medida do possível e parco tempo que tem agora!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

30... Em umas decisões aí...

Umas das coisas de que mais gosto nessa história de 30 anos, é o direito que adquirimos de, aos poucos, nos livrarmos de certos pesos.
Dizem que pessoas velhinhas tem o direito de dizerem o que quiserem quando bem entendem. E acredito que isto é fruto das cadeias das quais vamos nos livrando ao longo da vida.
Bom, claro que os "freios" ainda tem de existir enquanto somos jovens, pois trabalhamos, estudamos, dependemos de pessoas que, muitas vezes, são extremamente desagradáveis. Toleramos porque, frequentemente, são criaturas que tem ascendência sobre nós.
Eu, graças a Deus, sempre tive muita sorte de trabalhar com pessoas magníficas. Só que, não sei por que cargas d'água, eu, volta e meia, esbarro em gente que é, digamos assim, no mínimo, mal educada.
Sempre atraí a antipatia de alguns. Pouquíssimos, é verdade. Mas, sempre há um.
Acho, é claro, que eu beiro o insuportável com meus modos um tanto afetadinhos. Com meu jeito de andar com os pés sempre adiante um do outro. Com essa postura de quem engoliu um cabo de vassoura e esse nariz empinado. Esse olhar meio blasé, esse jeito de falar...
Mas, apesar de tudo, acredito que o que passei ao longo da vida, me dá o direito de ser o que eu bem entender. Até antipática, se for o caso. E de dizer, quando, onde, para quem eu desejar, o que eu quiser.
Ainda mais quando me sinto em meu território.
Então fica acordado, combinado, contratado, que eu serei apenas o que eu desejar ser. E que eu me restrinjo o direito de ser educada, cortez, gentil e civilizada na maior parte das vezes. Mas que, quando pisarem nos meus calos, quando magoarem as minhas feridas, quando ofenderem minha honra, quando matarem os meus sonhos, quando infringirem minhas leis, quando desmancharem meus costumes, quando me calarem a voz, quando eu acordar com o pé esquerdo, eu vou dizer o que penso, vou xingar, vou gritar, vou gemer, vou chorar e até me calar.
Afinal, passei um terço da minha vida calada. Muda. Quando eu era ferida eu gemia baixinho. Quando era contrariada, eu ficava em silêncio porque tinha medo de magoar. Quando eu era elogiada, eu baixava os olhos porque não acreditava e achava que nem tinha o direito de acreditar. Quando eu desejava, eu freava minhas vontades, porque temia machucar os que amava. Quando me irritava eu dormia para esquecer. Mas, não esquecia. E as vozes do meu coração sempre estavam lá, apesar do meu silêncio. E, a despeito de minha calma, a despeito de meus olhos baixos, apesar da minha incredulidade em mim mesma, a vida passou. Depressa demais. Devagar demais.
Os fios de cabelo já teimam em descorar. E o corpo já não é mais o mesmo. O sono é prejudicado mais facilmente. Porque agora eu não quero esquecer de nada. Muito pelo contrário. Quero é lembrar. Desejo ardentemente a vida que se impõe, poderosa, à minha frente, com a sede dos que vagueiam pelos desertos em busca de água, de alimento e de gente.
Eu aprendi - e levei três décadas para isso - que, independentemente do que eu faça, alguém sempre vai falar mal. E alguém sempre me amará.
Aprendi a não abrir mão de coisas que me dão extremo prazer e, o mais importante, a não ter vergonha disso. Eu tenho direito sim!
E, se me dá prazer ir ao cabeleireiro dar meus olhos para pagar por um tratamento VIP, para ser bajulada - ainda que eu saiba que é só pelo meu dinheiro - eu vou.
Se me enche de alegria - ainda que momentaneamente - ir àquela loja que eu amo, cheia de meninas que amo mais ainda e comprar aquele vestido lindo que vai me deixar penduradinha por uns 3 meses, eu vou que vou!!!
Gente! Estou em um processo de aprendizagem importantíssimo e irreversível: O de me amar!
Eu sempre desejei ardentemente amar alguém mais que tudo no mundo e de fazer esse alguém feliz. Claro que ainda desejo isto. E desejo ter uma família bem linda e alegre.
Isso é algo que me faz extremamente contente também: Ver as pessoas que eu amo felizes me faz pagar qualquer preço. Só que isto, agora, tem um novo componente: Me faz pagar qualquer preço, desde que eu não tenha de me vender. Desde que eu não tenha de vender a minha própria felicidade.
Pois, só posso fazer dos meus olhos uma janela porque eu me vejo em um espelho. E, por um bom tempo, as luzes da minha vida estavam apagadas, razão pela qual eu não podia enxergar a minha própria existência.
As luzes começaram a se acender há pouco mais de um ano quando um dia, despretenciosamente, alguém me disse que eu era bonita. Foi como uma campanhia que soou estridente dentro de mim, dizendo-me que a vida era muito mais do que o que eu tinha.
Imagino que possa alguém ler essas palavras e pensar que estou menosprezando o que eu tinha. Não! A vida me era como um sono necessário à reparação de um cansaço existencial extremo. E eu acordei depois de muito descansar. Simples assim.
Agora, eu me sinto bem melhor. Tudo é muito real.
Diferente de quando eu olhava ao meu redor e parecia que eu não cabia em nada e que nada cabia em mim. Aquela vida era como uma roupa apertada que toleramos por um determinado tempo, depois não dá mais.
Hoje eu tenho uma rotina muito mais difícil, tenho de pagar minhas dívidas, tenho de comprar aquilo que é necessário para mim, tenho de esquentar a cabeça como coisas que antes eu não esquentava. Mas, quer saber? Como isso é bom! Muito. Demais da conta!
Agora, até as tristezas que eu enfrento eu devoro com gosto de mel! E o motivo é muito simples: Eu sou gente! E vivo! E a cada manhã eu penso: Bom, menos um dia eu tenho agora para viver. E esse presente que me é dado vou desfrutar como aquele prato caríssimo, feito com trufas negras, salpicado de pó de ouro que eu tanto cobiço... Sei lá! Vai que nunca mais eu tenha a chance de provar... Se morrer envenenada, pelo menos morro com pó de ouro na boca... E com um gosto magnífico de trufas para lembrar por toda a eternidade... Hehehehehe!!! E ainda vou achar que morri muito bem... No mínimo será em um restaurante first class!
Coisas de uma balzaca maluca, que ama o amor, que é feliz e que agora acrescenta mais uma qualidade aos seus 30 anos - para fazer jus ao nome do Blog: A de ser ela mesma!
Aiai... Ufa!

domingo, 1 de novembro de 2009

Mandou, obedeço.

"Linda, nunca mais tenha medo
Pois quem ama tudo pode vencer..."
Roupa Nova.
Ter 30tinha é também gostar demais de coisas que balzacas em geral gostam... Roupa Nova é uma delas. Roupa Nova na loja - claro - e Roupa Nova que canta Sapato Velho, Dona, Coração Pirata...
E daí, última madrugada, eu me peguei prestando atenção a este trecho de Linda. Música belíssima, por sinal. É porque eu estou cheia de medo... E esta música sabe que eu amo. Amo o amor.
Será que quem ama o amor - ele só - pode mesmo tudo vencer? Até a si mesmo?
Sim, porque, uma das coisas que se acrescentam às décadas que somamos é o fato de saber que nosso pior inimigo - ou amigo - somos nós mesmos.
Aprendemos o real significado do que nos foi ordenado em Cristo: "Amar o próximo como a si mesmo", porque, se não nos amamos, tampouco temos parâmetro para gostar do outro. Se não nos respeitamos, tampouco respeitaremos quem quer que seja.
Se não temos cuidado com o que é nosso, não daremos o devido valor ao que é alheio.
Acho que é isto, então. Estou no estágio probatório de amarasimesmo... Amar a mim.
Preciso passar nesse teste...
E acho que estou conseguindo. Acho.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ter 30 anos não é mais como ter 20...
Há dez anos eu digitava sem parar e não sentia nada. Agora, a mão esquerda está gritando de dor... Consequência da minha inconsequência... Fazer o que? Os 30 a gente aprende também que a Lei do Retorno existe meeeeeeeeesmo!
Então, é hora de fazer escolhas: Poupar as mãos no trabalho, ou poupar as mãos no lazer - não menos necessário à minha sobrevivência.
Não posso parar de trabalhar. Então, minha "voz" está um pouco rouca e as palavras têm de ficar um pouco mais escassas...
Tem nada não. Os pensamentos, enquanto isso, voam longe. E a saudade de dizer o que sinto fica cada vez mais forte!!!
Beijos a todos os que tem se preocupado comigo!!!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mãos Dadas


Iluminada pelo cometa que passou lá no meu Universo Verbal, comunico aqui também que o 30 em Uns acaba de aderir à campanha Outubro Rosa! Segue a cópia do texto postado lá no Universo:

"Outubro Rosa é o nome do movimento. Mas, ele tem de começar, na verdade, dentro de cada um de nós, numa movimentação íntima, um desejo enorme de se amar e se cuidar.
Outubro foi o mês escolhido para se lembrar do cuidado que nós mulheres devemos ter com nosso corpo.
É o mês dedicado às crianças. Talvez por isso mesmo tenha sido escolhido para a campanha. Afinal, são os seios que oferecem o primeiro alimento da vida.
Providências simplérrimas - que é se autoexaminar todos os meses e ir ao ginecologista ao menos uma vez por ano e fazer mamografia ou ecografia dos seios - pode salvar milhares de vidas.
O Outubro Rosa serve para lembrar o quão maravilhoso é ser mulher, e o quão importante é que nos cuidemos. É imperiosa a necessidade de diagnósticos precoces...
Só temos uma vida para viver, então, é importante que valorizemos aquilo que nos é dado tão graciosamente... E, mais do que desejar viver, é mister desejar viver com qualidade e muuuuuuuuuuita saúde!!!
Meninas e meninos: Divulguem o Outubro Rosa! Quem sabe assim a gente não consegue diminuir a incidência de mortes causadas pelo câncer de mama no Brasil e no mundo?
Beijos enormes!!!"
Para informações mais completas, acessem os links abaixo!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

30 e Uns... Abraços

Chegar a um determinado ponto na vida não é fácil, o que não significa dizer que é ruim.
Antes, pelo contrário, o caminho que se percorre pode mostrar muitas paisagens. O modo como as vemos é que determinará o que pensamos ou deixamos de pensar a respeito delas.
O que sei, é que diante do calor eu desejo o frio. Mas, se está frio demais, eu desejo estar confortavelmente aquecida.
Amo a chuva. Mas, quando chove demais, eu bem quero ficar em um abrigo. Mas, não desejo que pare de chover.
Somos sempre assim, insatisfeitos com o que vivemos. Queremos sempre algo mais e eu me pergunto o que esta motivação - o que agora tenho a tentação de chamar de "as pernas que me movem pelo caminho" - deseja do restante de mim.
Essas pernas estão sempre impelidas a se moverem para um lugar que não sei onde, e pisam em todo o tipo de terreno ignorando o que pode estar pela frente, e não querem parar...
Hoje meu coraçãozinho queria parar o tempo, por um átimo de segundo que fosse. E nessa partícula ínfima de um instante, eu faria uma eternidade inteira para ter tempo de pesar, no meu coração, aquilo que ele deseja.
Não quero me prender novamente a um comodismo confortável. Não quero voltar à Caverna de onde há pouco tempo eu saí, tampouco quero entrar em outra caverna... Quero ser livre!
E, o que eu faço então? Ando na chuva? Sinto o calor do sol que queima meus ombros? Sigo caminhando ou paro? Ignoro as milhares de cavernas do caminho?
O que faço? Eis as famosas "partículas infernais" pairando novamente sobre a minha mente e meu coração!!!
Ontem, eu senti medo... Senti alívio. Senti dor. Senti calor. Fome. Comi. Ontem eu lembrei muuuuuuuitos anos da minha existência. Fiquei triste. E alegre também. Senti vontade de deitar sobre a grama e deitei. Senti um frio de tremer... E recebi um abraço gostoso e quentinho... Aconchego dos melhores. Bom! Teria sido outro momento para ficar eterno... E ficou... Na lembrança daquela lua linda acima de mim, naquele calor e no cuidado que recebi.
E hoje, eu acordei sem saber direito de nada da vida. Todas as minhas certezas desapareceram e, repentinamente, eu desejei desesperada que uma voz do além, cheia de sabedoria infinita, me dissesse o que fazer...
E conheci um texto de Saramago que não conhecia ainda... O Conto da Ilha Desconhecida. E eu me vi num mar português de uma Gabi lá de além mar...
E eu, sem mais nem menos, passei a ser aquele Capitão que jamais havia navegado e assim mesmo pediu um barco ao Rei para ir atrás da Ilha Desconhecida.
O problema é que, após ser encontrada, ela passaria a ser conhecida... Aí é que começam os problemas... Eu achei os meus 30 anos... Uma Ilha Desconhecida que habitava os meu coração.
E, de uma frase tão simples, que ouvi há mais de um ano atrás - e da qual ontem eu relembrei - resoluta deitei à porta das petições até que o monarca me atendesse... E ganhei um barco... Pensei que havia encontrado quem houvesse saído pela porta das decisões para acompanhar meu delírio louco de uma viagem mais louca ainda rumo ao desconhecido.
O que eu não sabia é que a Ilha deu-se a conhecer e passou a ser conhecida. E eu só quero conhecer o que não conheço ainda.
Os portugueses amigos nos falam do mar porque o amam. E eu falo dos caminhos porque sempre neles vivi. Nos caminhos da minha infância, nas estradas que me levavam à fazenda, depois ao sítio, depois para casa, e ainda muitos rumos até chegar ao mar, muitas vezes... Mas, do mar eu amo os mistérios e o som... Mais do que qualquer outro no mundo até agora.
Só que eu amo mais ainda os caminhos que me levam a outros lugares... Pois o conhecido eu já não quero porque se deu a conhecer... Quero o que os meus olhos ainda não viram em mim...
Mas, ali, naquela curva ali, esconde-se algo que minhas pernas estão desesperadas para encontrar, meus pés não querem enfrentar, meu coração não quer sentir, e a minha mente não quer escutar... Mas, as pernas são enlouquecidas... Não querem parar. E eu preciso parar porque estou cansada demais agora. Só um pouquinho, eu queria aquele abraço gostoso de ontem... Só mais um pouquinho... Porque eu amo abraços... Outra coisa que descobri de mim... Que amo abraços.
E, se abraço apertado alguém, é porque desse alguém gosto demais e guardo este gostar como uma jóia muito preciosa...
Que não quero perder, e não quero arranhar... E, por ela, eu até pagaria o preço do afastamento do abraço... Porque para nos afastarmos também é preciso um primeiro passo. O que é o início de um caminho outro... Desconhecido.

sábado, 26 de setembro de 2009

Caminhos...

Dúvidas são aquelas partículas infernais que pairam nas nossas cabecinhas de vez em quando...
Ligo ou não ligo?
Vou ou não vou?
Faço ou não faço?
Como ou não como?
Ontem, meu amigo Paulo me mandou uma mensagem. Um texto do Henfil que falava a respeito de felicidade.
Dizia ele que a gente não tem de esperar oportunidades para ser feliz. Que a felicidade é uma viagem, não um destino.
Concordo. Sim. Concordo.
Aqui do alto dos meus 30 anos - como se fosse muita coisa - eu começo a enxergar algumas coisas que não enxergava antes.
Uma amiga minha muito querida me disse ontem que eu desabrochei. Também concordo. E estou de acordo com ela quando me disse também que não é fácil e que dói.
Ela que o diga. Pois passou comigo maus bocados... Se não fosse ela não sei o que seria de mim quando tive de sair de casa às pressas sem ter uma mala para colocar minhas roupas.
Nessa minha jornada rumo ao terceiro ciclo de minha vida, eu aprendi muitas coisas. Uma delas é que a gente pode andar retamente por toda a vida.
A conclusão a que chego é que não importa o quão direito você tenha andado pelo caminho. Não importam quantas foram as pedras em que você não tropeçou. As feridas surgirão dos tropeços que você deu, não dos que não deu.
Depois disto, o que nos resta na vida é sarar. E suportar a dor por pior que ela seja.
Não é possível colar cristais. Assim como não é possível consertar aquilo que fizemos de errado na vida.
Mas, é possível arrepender-se e tentar não errar mais.
Só que, assim como não é possível deixar de notar o trincado do cristal, não é possível esconder por toda a vida aquilo que fizemos.
Por isso mesmo, no dia em que fui posta para fora de casa, eu aprendi a primeira lição: Escolher ao invés de ter dúvidas. Naquele dia eu optei por dizer a verdade. E poderia ter sido trágico.
Mas, não foi. Eu colhi Misericórdia e Graça. Porque havia a minha amada amiga-irmã e havia meus pais. E havia, acima de tudo e de todos, O PAI. Nunca havia sentido tanta paz.
Sabe, foi ali que comecei a ser feliz de verdade. Eu tinha momentos alegres e muitos momentos tristes e solitários.
Agora, mesmo só eu não sou só. E sou feliz porque não estou esperando coisa alguma.
Hoje eu passei um dia magnífico... Que muitos, porém, diriam ser sem graça alguma. Fiquei em casa, não coloquei os pés na rua. Eu mesma lavei meus cabelos, eu mesma os escovei. Daqui a pouco, quase 21h, eu vou fazer as unhas eu mesma.
Nessa minha jornada sei que vou me decepcionar ainda. Sei que vou chorar algumas vezes, sei que vou chegar cansada em casa, entediada, com cólicas, com dor de cabeça... E haverá dias em que eu vou acordar contente porque cheguei em casa exausta de taaaaaaaanto dançar. E dias em que terei feito um passeio agradabilíssimo em companhia de alguém mais agradável ainda.
Haverá dias de sol... E dias chuvosos que me farão lembrar da maior dor da minha vida.
Ainda lembro. E ainda sinto a dor cada dia que acordo e que está nublado e frio.
E os dias ensolarados e azuis agora ganharam vida nova para mim. Ainda que eu não tome sol, ainda que eu morra de calor e precise do meu indefectível leque, ainda que eu sue em bicas, os dias claros tem novo significado para mim que antes não tinham.
Continuo a gostar do frio. Mas, agora eu gosto mais dos dias azuis.
Pode ser, sim, que um erro cometido acabe com a nossa vida inteira. E jogue por terra tudo quanto fizemos e fomos. Sempre há, entretanto, o perdão a ser desfrutado.
Quando esse edifício cai, levanta muita poeira e por certo tempo não é possível ver além da terra que se levanta.
Mas, o que está em volta continua lá. A paisagem é a mesma. Assim é a nossa vida em torno dos erros que cometemos. O que somos não muda por causa de uma parte de nós que está em ruinas. Todo o restante permanece em pé.
Então, estou certa que o que fui durante quase uma década continuei sendo. Mas, o cristal trincou. Não faz mal. Continua cristal. Agora, o que sei é que quem assopra a massa para fazer o vaso resolveu quebrar o antigo e fazer um novo. E estou contente demais por isto.
Era um adorno legal. Mas agora é melhor.
Agora tenho de aprender a lidar com essas partículas que andam pairando sobre meu ser. As dúvidas. E estou meio desesperada pedindo ao Pai para não me deixar à minha mercê novamente, dando-me certezas.
Só que a estrada continua tortuosa. E não podemos ver além das curvas. Continua emocionante mesmo assim.
Mas, sabe, a única conclusão a que eu consigo chegar é que sou feliz. E não tenho esperado por nada, não. Sei que muitas vezes parece que sim, mas saiba que a vida tem milhares de sorrisos para mim e eu estou retribuindo a todos. E, quando as tempestades caem, eu vou lá e tomo um banho de chuva!!!
E vou caminhando sem destino. Aliás, meu destino é o caminho que sigo.
Por este caminho, ganhei presentes que acredito ser inestimáveis... Amigos que ficarão por toda a vida...
Não sei se estou certa mas, entre a dúvida entre ir ou não ir, eu vou. Entre ligar ou não ligar, eu ligo. Entre fazer ou não, eu faço. Entre comer ou não comer, eu como. Porque não sei se tenho só um segundo a mais para viver. Ou se terei mais cem anos. Não importa saber. O que importa na verdade é ter em mente que a vida é uma só, e que o tempo não volta para que eu faça 30 anos novamente... Bem que eu queria.
Porque está bom demais!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ano Novo. Mais Um. Ou seria Menos Um??????????

Provavelmente quando eu encerrar esta postagem já será Ano Novo para toda a comunidade judaica no Brasil.
Em diversos locais do mundo já é Rosh Hashaná.
Não sei explicar o motivo mas tudo na minha vida acontece mais ou menos nesta época do ano.
E, de fato, agora observando melhor, eu fico um pouco mais introspectiva.
Há um ano atrás, quando eu estava no olho do furação, foi um pouco antes do Rosh Hashaná que eu consegui um emprego.
Já estava desesperada com a possibilidade de estar desempregada. E tudo estava acontecendo. Tudo.
Estava triste, porém cheia de esperanças de que as coisas entrariam em seu eixo e eu, finalmente, conseguiria ter um pouco de paz.
Só que eu não entendia o que era isto até o dia em que fui forçada a compreender que, mesmo no meio do caos e do desespero, o coração está quieto e confiante de que tudo o que acontece tem um propósito específico.
Foi nesta época que escrevi uma oração ao Pai, externando tudo quanto eu precisava.
Naquele momento Ele me pegou da prateleira de sua Olaria e viu um trincado. E pegou e jogou aquele vaso fora e colocou novo barro na roda para ser formado novo vaso.
Aquele havia sido para a desonra. E acredito que o quebrou porque assim lhe aprouve em sua imensa Misericórdia.
Foi naquela mesma época que eu descobri meu enorme desejo de ser mãe. Simplesmente por ouvir uma voz - ainda que não tenha sido verdadeiro por parte de quem me disse - me dizer que um filho gerado com amor é o melhor presente que se pode receber da vida.
Naquele instante algo de mulher despertou em mim, como se estivesse em longo coma, aguardando uma cura surgir de algum lugar.
Eu pensava - e até agora eu não explicar o motivo e atribuo isto ao fato de que Deus é Soberano e sabe tudo de antemão - que não queria ter filhos. Embora, eu já houvesse desejado ser mãe.
Esta vontade simplesmente foi morrendo dentro de mim até o dia em que me peguei dizendo que nunca teria filhos.
No Rosh Hashaná passado, entretanto, eu pedi perdão ao Pai por haver dito isto um dia.
Algumas vezes eu ainda peço, com medo de que Ele entenda que não seria capaz de ser uma boa progenitora.
Como hoje isto me dói. Eu vejo pessoas com seus filhos e vejo em seus olhos todo o amor que um dia eu procurei. E sinto um vazio enorme entre meus braços.
Porém, mais do que um filho, eu quero uma família.
Para mim não bastaria ser eu e uma criança. Teria de haver um amor para formá-la, educá-la e dar aquilo que eu sempre recebi dos meus pais.
Tenho a sensação de que desejo continuar de alguma forma. O desejo de eternidade tomou conta de mim.
O Ano Novo Judaico é chamado também por eles de o período em que Deus julga os homens. Daí porque dez dias depois do início das festividades do Rosh Hashaná acontece o Yom Kippur, O Dia do Perdão, quando se suplica ao Eterno que perdoe mesmo o pecado que não se tenha consciência de se haver cometido.
Eu vivi muita coisa após o último período. Uma paixão viveu e morreu no tempo que tinha de ser. E me marcou profundamente porque me ensinou que eu queria muito ser mulher. E a mulher finalmente surgiu. Com todas as suas nuances: Da mãe à amante, todas elas despertaram ao mesmo tempo. E tudo quanto estava calado dentro de mim resolveu falar, cantar, gritar e chorar. Tudo!
Quando eu estava curada das feridas da alma e que faziam doer até o dedão do pé, surgiu um outro amor.
E foi booooooooom que só. E ruim, muito ruim o desfecho. Mas, tudo bem.
Agora, estou no limiar de um novo período de julgamento... Um período em que pensarei o que dizer a Nosso Pai, Nosso Rei acerca daquilo que necessito diante dEle.
Quantas profundas marcas mostrarei e quais Ele precisará ainda curar. A respeito de algumas sei que Ele apenas dirá: É... Cicatrizou bem. Agora aprenda e não faça novamente!
De antemão eu só sei dizer que aquela certeza toda de que tudo daria certo... Está aqui ainda. Mas está diferente e não tão infantil e desesperada.
Ainda bem que cheguei a mais um Rosh Hashaná, e que, por Graça e Misericórdia Ele me tem feito seguir, ainda que cheia de dores, sei que em todos os momentos foi Ele mesmo que caminhou por mim.
E carregou todos os meus pesos a ponto de eu, inclusive, poder ajudar outros a carregar os seus e ainda colocar sobre Ele, que tudo pode.
E vamos que vamos, caminhando sempre em frente. Porque o tempo não perdoa. E não volta.
Por isso, eu pergunto: Mais um ano, ou menos um?
Depende do referencial.
30 E Uns... Ao tempo em que subtraio muita coisa de mim...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Relembrar

Relembrar é revisitar o passado. Sem viajar no tempo. Nem no espaço.
Há lembranças que nos pesam da mesma forma como pesam as pernas que se movem em direção ao túmulo de alguém muito querido que há pouco se foi.
São como lutos de uma morte. Mas, a morte chega depressa. Sempre. Mesmo que se viva 120 anos. Ela sempre nos pega de surpresa. A nós e ao que morreu.
Aos que ficam, porque nunca, jamais em tempo algum estaremos preparados para separação advinda do sepultamento de um ente querido.
Ao que se vai, porque não conheço uma pessoa que tenha o desejo de se separar dos que ama.
Há, contudo, lembranças que são como ir àquele lugar que mais amamos.
Um dos sons mais lindos do mundo para mim é o do mar. Eu não gosto de praia. Não me dou bem no sol. Não acho a menor graça em ficar "furando" ondas, acho um saco a areia... Mas, sou louca pelo barulho das ondas.
Vou à praia e fico ali, sentadinha na areia só observando e me deleitando ao som daquela melodia.
Algumas memórias são assim para meu coração, como ouvir ondas quebrando na arrebentação.
Outras são ainda como um passeio a um museu. Lembranças de um passado que, muitas vezes, parece que não nos pertence. Passamos por ele, vemos, estão ali. Têm valor, mas é como se não fosse nosso. De tão distante chega a nos causar estranheza.
Acredito que pode ser assim que muita gente que não tem amor à arte se sente quando para lá no Louvre frente à Monalisa.
Já ouvi relatos de pessoas que ficam estarrecidas com o fato de um quadro tão pequenino ser tão importante na história da humanidade.
Passada a festa de aniversário eu fui ao meu arquivo de memórias e mergulhei em meu coração.
Foi tudo muito maravilhoso. Mas, um ano se passou, afinal.
Só que esse ano, começou em 1999.
Os 30 anos fecharam um ciclo que se iniciou quando eu ainda tinha 19 anos, em janeiro quando me casei.
Foi uma festa linda! 595 convidados ao todo. Um vestido de princesa, muitas flores, um jantar magnífico. No local que escolhi, na igreja que eu amava.
Tudo muito bom.
Depois das bodas, fomos para Israel, um dos meus grandes sonhos, e depois para a Itália.
Digamos assim que, hoje, eu pense naquela viagem como uma bela viagem... Turística! Não muito lua-de-mel. Porque não éramos o típico casal de pombinhos arrulhando pelos caminhos da Terra Santa, nem nas ruas do Velho Continente.
Acontece que meu ex-marido é uma pessoa maravilhosa. Mas, é extremamente racional. E eu cheguei à conclusão de que era melhor amigo do que marido.
E voltamos de viagem e a vida seguiu, como ele mesmo gostava de dizer, normalmente.
Eu, contudo, nunca fui uma pessoa normal. Não sou muito dada ao que consideram trivial.
Por exemplo, não gosto de arroz, não como feijão, e não gosto de bife. Até como tudo isto se não houver alternativas.
Porém, havendo, eu parto para a mandioca, a farofa, a abóbora, a batata baroa, e assim vai.
Acredito que isto era o que mais o incomodava com relação a mim. O fato de eu não ser a pessoa que ele pensava que eu fosse. Era apenas eu.
Uma pessoa que foi criada com simplicidade, porém tendo conforto e boa instrução.
Sou muito diferente dos meus irmãos. É de se notar, primeiramente, que a estampa já diz que realmente não somos parecidos.
Eles dois são morenos, daquela cor que eu morro de inveja, porque posso passar mil anos tomando sol que não conseguirei jamais.
Nasci branquicela, e meus cabelos eram mais claros e encaracolados. Eles dois de cabelos lisos.
Eles extremamente comunicativos e alegres. Eu, sempre circunspecta.
Eles muuuuuuuuuito inteligentes. Eu sempre tive de me esforçar mais. Sempre.
Eu precisava estudar, enquanto aos dois bastava prestar atenção ao que quer que fosse. Até hoje é assim.
Entretanto, eu busquei uma formação que amava. Sempre amei. Veio comigo.
Uma tia do meu pai se ofereceu para me ensinar a tocar piano. Como eu a amava muito - e à música também- nem pensei duas vezes. Ela era a mulher que sempre sonhei ser. E acredito que ela sempre soube disso. Ou intuía essa minha admiração por ela.
Criou 5 filhos sem a ajuda de empregada, trabalhava fora e é esposa de pastor, ou seja, além das obrigações familiares e profissionais, havia o cuidado com o rebanho.
Mesmo assim, jamais se chegava à casa dos meus tios sem que houvesse biscoitinhos, docinhos, bolos...
Ela mesma fazia boa parte das roupas das crianças. E todos eles cantam divinamente. A família do pastor até hoje canta junta, cada ano acrescida de mais uma voz.
Eu amava aquela mulher, definitivamente.
Assim, fui ter aulas de piano com ela. Só que junto eu aprendi a me sentar, a falar, a comer, a cantar, a andar, e a escrever com uma letra razoavelmente bonita.
Só que além de tudo isto, eu ainda era Gabrielle. Que é tida por muitos como metida e arrogante.
E meu ex tinha pavor disso. Ele é extremamente inteligente, mas é uma pessoa simples.
Ele gosta de dizer que é da roça. Foi criado em fazenda.
Claro que isto não faz com que alguém seja melhor ou pior do que outra pessoa. São só pessoas diferentes. Só isso.
Só que em um casamento isto não basta para ser feliz. É preciso ser diferentes, mas não tão diferentes como a água e o óleo, como a Montanha e o Mar. Os primeiros parecem ser iguais, mas não se misturam. Os segundos são lindos juntos, parecem se completar, mas não podem se misturar também. Um casal, para dar certo, precisa ser como água e vinho - Se misturam. E ainda podem dar um bom refresco se acrescidos dos complementos certos.
E, com o passar do tempo, coisas que no início não me incomodavam, passaram a me incomodar demais, como penso que a ele também.
Não quero me fazer de vítima. Só estou narrando os fatos sob o meu ponto de vista. Daquilo que eu sentia. São as minhas impressões.
E, o fato de colocá-las em palavras, não muda fatos. E fatos são aquilo que eu percebo. E o que eu percebo pode não ser o que outros percebem. O que é fato para mim pode ser imaginação para o outro.
Pode ser fato que amei alguém. E pode ser imaginação para quem vê de longe. Tudo é relativo. Depende de onde se está, como se está e de quem é.
Bom, o fato para mim é que eu me sentia só. Muito só.
Ele trabalhava fora da cidade e o tempo em que passava fora não me ligava e ainda por cima deixava o telefone desligado.
Por mais que me explicasse as razões para isto acontecer, eu jamais entendi. Jamais.
Não seria demais gastar R$ 3,00 por semana para só dizer um "Oi! Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?"
Não gostava de conviver com minha família.
E eu tenho a necessidade de conviver com os meus. Não levo meus problemas. Não choro minhas mágoas. É só mesmo vontade de estar junto a eles ao menos uma vez por semana.
Falo com os meus pais todos os dias.
E não vejo mal algum em fazer isto. Não acho que fico mais ou menos dependente deles por causa disso. Ele já não via assim.
E era causa de grande desconforto para mim.
O dinheiro era algo também ruim entre nós. Por algum tempo eu não trabalhei. E ele passou por um período difícil. Eu jamais falei qualquer coisa a respeito para os meus pais. Nunca disse coisa alguma.
Por um bom período ele viajou para a cidade onde trabalhava com meu carro. Porque o dele havia quebrado e não tínhamos condições de consertar. Nunca falei com meus pais a respeito disto. Nunca. E, mesmo assim, ele achava ruim o fato de eu querer falar com eles todos os dias.
Enfim. Meu casamento, como todos, teve bons e maus momentos. Mas, acabou. Há um ano. De uma forma nada confortável. Para ninguém.
Casei-me para passar a vida inteira ao lado da pessoa que amava. Mas, não podia continuar daquele jeito.
Já estava muito dolorido para mim. Não aguentava mais não me sentir valorizada como mulher.
De conviver com lembranças de coisas ruins que mataram o que eu sentia.
Por exemplo, o fato de ele um dia ter dito a uma pessoa que não me dava tudo o que eu precisava para ver se eu tomava vergonha e ia estudar para passar em um concurso...
Como por exemplo o fato de um dia uma pessoa dizer o quanto eu era bonita e ele dizer que havia namorado mais bonitas...
Isto só para citar duas delas...
Não quero ficar falando do casamento que acabou... Realmente... Não sei se darei conta de dizer tudo quando gostaria.
Não sou vítima. Não sou. Mas, todas essas coisas, para mim, culminaram no ano que passou...
Hoje, eu meti o joelho na quina da cama em que durmo... Estou com um hematoma horrendo. Que me fará ficar pelo menos umas duas semanas sem poder usar um vestidinho mais curtinho.
Há um ano e três dias dias eu recebia pessoas por quem tinha enorme carinho aqui em casa para um jantar. Quando eu as chamei, contudo, eu não imaginava que elas acabariam vindo só por compaixão. E que, terminada a noite, eu meteria o joelho na quina da cama e estaria com um hematoma horrendo...
Este acidente me fez revisitar lembranças... Viagem no tempo sem sair do lugar.
Onde as classificarei? Bom, passei ali num cemitério. E andei por um museu, logo depois. E, quando voltei a Israel e para a casa dos meus tios, eu ouvi o mar...
30 anos em Uns tempos que já se foram... E os que virão?
Acho que vou assim... Como quem anda manca depois da pancada. Vou devagarzinho. E contando minhas impressões do que foi, do que é e do que será.

Explicações

Sei que tenho demorado muito para postar aqui.
Mas, é que estou tomando coragem para dizer algumas coisas... Temendo, eu confesso, algumas reações indesejadas...
Calma que eu dou conta. Calma!
Esse Blog será assim... Devagarzinho... Sem pressa de ser. Porque ele demorou 30 anos para nascer!
E vai crescer. E vai ser. Meio sem rumo, é verdade. Fragmentos de memórias de um tempo que passou.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Festa foi dentro de mim!!!

Como em todos os dias, antes mesmo de abrir meus olhos para o mundo, eu agradeci ao Pai pela vida... E clamei por misericórdia de mim, essa pessoinha tão-tão...

Apressada, como sempre, arrumei-me, tomei as coisas que havia separado para levar para o trabalho, pois eu terei de me arrumar lá.

Levo dois vestidos. Um comprido e preto, o outro um Kaftan de seda turquesa com amarelo, maravilhoso por sinal.

Sou assim mesmo. Nada prática para determinadas ocasiões. E quando se trata de roupas então, sou uma negação. Preciso de opções, daí porque detesto uniformes. Odeio me sentir igual todos os dias. A minhas roupas refletem esse meu espírito camaleão, digamos assim. Há dias em que acordo preto e branco com muito dourado. Há dias em que acordo preto e branco com pérolas. Amarelo - bem solar!!! E acompanhado com uma big bolsa vermelha... Para não passar despercebida por aí.

Há dias em que preciso desesperadamente de vermelho. Para me sentir melhor, de tão mal que acordo muitas vezes. E há outros em que quero usar um bocado de colares compridos juntos.

Não sei como há pessoas que gostam tanto de uniformes. Nem quando eu tinha de usar um eu conseguia ficar sem dar meus toques pessoais nele. Era um bocado de pérolas juntas, ou um brinco diferente, um lenço no cabelo...

Bom, precisei separar também a maquiagem mais preciosa - não a cotidiana - sandálias legais - uma para cada roupa...

Dia empolgante. Demais. Estou super ansiosa para que chegue a hora!!!

Ganhei um vaso de orquídeas lindas, foi o pedido de desculpas da Socorro por não poder comparecer à festinha... Uma gentileza magnifica. Como eu gosto de flores!!! Sou apaixonada por elas, meu Deus!!!

O dia passa, vai fazendo um calor daqueles, e acabo decidindo usar o Kaftan azul... Segundo a Pa, eu tinha de usar era esse mesmo que era para mostrar as pernocas... Que, por sinal, diante do azul ficaram mais brancas ainda!!!

Maquiagem legal, reforço no desodorante - não deu para passar em casa para um banhozinho, e vamos que vamos.

Chegamos ao Mercado Municipal ao mesmo tempo em que chegou o meu primo-lindo-fielescudeiro-amigo-companheirodefarra, Luiz.

Amo aquele lugar. Ele se parece comigo. Aquela atmosfera de lugar antigo, aquele visual retrô, com coisas de excelente qualidade. O Ville, como sempre, aquela simpatia!!!

Meus convidados chegando, e a música logo chegou também... Um grupo de Chorinho. Amigos que se reúnem para tocar só por prazer. E foram, gentilmente tocar para mim, olha só!!!

Aliás, posso não ter recebido O telefonema, mas recebi do Luiz um SMS que me fez, literalmente, pular e gritar de tanta alegria: Confirmado: Manu e sua trupe irão tocar no seu aniversário!

Como descrever minha empolgação com aquela notícia maravilhosa? Estava tudo perfeito: Gente boa, música legal, comida magnífica. Realmente, acertei na escolha!!! O tal Ragú de Rabada é fenomenal!!!

Mas, antes, quando a minha família chegou, eu recebi o presente mais lindo de todos, acompanhado de uma cena...

Meu pai lindo, charmoso e cheirosíssimo, subindo as escadas com um buquê de flores para mim!!!

Um buquê inacreditável!!! Eu mal conseguia abraçá-lo de tão grande. Havia 30 rosas entre outras flores... Lindo, lindo, lindo, lindo... A vontade que tinha era de não largar mais.

Fotos e fotos, muita conversa, muito riso... E ainda por cima ganhei do Ville e sua tuma do Mercado duas tortas com uma vela de 18 anos, e o vinho que tomei - delicioso, por sinal... Que gentil!!! Hehehehehe!!!

E eu tinha de dizer, apesar dos protestos da minha irmã... Como foi bom receber aquelas pessoas ali. Foram 33 da lista de 60... Só que os que foram - boa parte da minha família - , se faltassem teriam feito uma falta imensa.

Cada um dos ali presentes é uma parte de mim mesma. Os que conheço desde que nasci e os que conheço há um ano ou há apenas meses... Como sou grata a Deus por suas vidas.

Posso enumerar os motivos pelos quais eu amo cada uma delas. Sem ter dúvidas disto.

E isso me faz pensar que valeu a pena o ano que passei. Assim como o fogo prova o ouro e a prata e endurece o barro, eu estou certa que as dificuldades pelas quais passamos e os erros que cometemos provam as verdadeiras amizades.

Não estou dizendo com isto que o fato de alguns não haverem comparecido à minha comemoração mostraria que alguém é mais ou menos meu amigo. Não é isto. Mas, é que o fato de algumas pessoas, mesmo cansadas de um dia exaustivo de trabalho ou de afazeres mil, terem, numa segunda-feira - dia nada ortodoxo para se fazer uma festa - perdido um tempo precioso comigo, me faz pensar que elas acreditam que eu sou especial. E que não há acontecimento no mundo que as fará deixar de gostar de mim.

Eu brinquei dizendo que Trinquei. Não... Eu quebrei mesmo. E os verdadeiros amigos foram os que me ajudaram a me juntar no chão.

Às 3 da madrugada eu fui dormir, com o coração grato, um sorriso no rosto e um buquê que encheu a casa de flores por todo canto... Em todos os quartos, na sala, no escritório...

E o meu quarto eu enchi: De Rosas, claro!!! Que é para a festa dentro de mim ser mais bonita e perfumada ainda.

domingo, 2 de agosto de 2009

O dia... Meu!!!

É meu aniversário, enfim.

Abro os olhos. Nada diferente, a não ser um dia diferente do que passou.

Deixei o meu celular no carro do Fábio... Sinto que milhares de pessoas me ligaram e eu simplesmente estou isolada do mundo...

Estou feliz que só! Aguardo a chegada desses 30 anos há mais de dois!

Queria dar uma festa retumbante.

Primeiro, pensei numa daquelas mais tradicionais, em um lugar super legal, com comidas sofisticadas... Mas, dadas as circunstâncias, eu vi que não seria possível.

Depois, eu pensei, junto com o Amor, em fazer uma festa em dupla com ele, já que aniversariamos próximos um do outro. Menos de um mês de diferença.

Ia ser uma festa temática, só íamos tocar anos 70... Vestir-nos a caráter, e chegaríamos em grande estilo, num carro daquela época. Provavelmente uma Kombi bem bacana.

O lugar, o tema, a música os convidados... Tudo era consenso. E estava crente que aconteceria.

Mas, o pé na bunda aconteceu. Retumbante, por sinal. Aconteceu sem que eu esperasse. Aconteceu.

Meus, pais, entretanto, generosamente, me ofereceram uma quantia para que eu fizesse uma comemoração. Depois de muito pensar, de conversar com o Luiz Antônio, meu primo e fiel escudeiro, eu visitei o Bar do Mercado Municipal aqui de Brasília. O Ville foi nota Mil!!!

Fizemos um esquema bacana e fechei a festinha lá.

Conseguimos uns amigos para tocar um chorinho, o que casou perfeitamente com o lugar.

O convite foi feito com todo o carinho e entregue com mais carinho ainda, já que, dado o orçamento apertado, eu só poderia chamar, no máximo 50 pessoas. Chamei mais que isto, pois sabia que algumas não iriam.

Todos os que convidei fariam muita falta, caso não fossem. No total, cheguei a fazer 4 listas. A primeira contava com cerca de 150 pessoas. Depois, enxuguei para 85, diminuiu para 70, e chegou a 60.

Liguei para todos, pessoalmente. Tratei de fazer um convitinho bem bacana, comprei envelopes, subscrevi e personalizei cada um. Nem todos irão. Eu sei.

Alguns fizeram a gentileza de me ligar. Outros sei que simplesmente não irão.

Estou um pouco insegura com o cardápio, já que a minha escolha foi um tiro no escuro. Mas, acho que todos irão gostar do Arroz de Bacalhau e do Arroz de Ragu de Rabada do Ville.

Amanhã. Ele sempre me assusta.

No fim das contas, hoje foi um domingo como outro qualquer. Acordei, peguei um ônibus, fui almoçar com a minha família, voltei para casa e... Nada além.

Só mesmo a expectativa de receber A ligação. Que não recebi, enfim. A decepção das decepções.

Afinal, o dia do meu aniversário, é sempre o dia do meu aniversário, oras!

Nele eu quero ser o centro do universo. Como boa leonina que sou.

Só que, acorda, criatura! O mundo não gira em torno de você. Mas, você, gira com ele. Uma insignificante massa branca e desbundada nessa imensidão que você não consegue sequer mensurar.

Ridícula! Pensa que é alguma coisa. Pensa que pode fazer diferença. Pensa que pode mudar o que já se estabeleceu. Iludida consigo mesma é o que você é.

Mas, é feliz. Como pode? Como consegue ter tanta paz assim? Como é possível que a vida esteja passando diante de seus olhos, assim, tão rapidametne e você a consegue enxergar nos seus mínimos detalhes? Como consegue burlar o tempo que anda, impiedoso, cruel e impassível?

De que forma você pode sobreviver a tudo? Como conseguiu?

Parece que foi ontem. E parece que os dias simplesmente foram como segundos, as semanas como minutos e os meses como horas.

Passou! E seu medo de que tudo desse errado? Está certo! Não foi bem como você gostaria que fosse. Mas, foi melhor do que você esperava. Não foi?

Nem parece que, há um ano exatamente, seu nome estava lá, num processo escandaloso. Ainda está. Ainda. Como o fio de uma espada sobre sua jugular. Um movimento errado e, pimba! Morreu!

Há um ano seus amigos estavam junto a você. Por piedade. O carinho havia morrido afogado nos acontecimentos. E foram embora, fecharam a porta e deixaram caixas e mais caixas da presença que você deixou perto deles, lá na portaria do prédio.

Como você conseguiu dormir naquela noite em que o mundo rodou na sua cabeça? Como?

Boas perguntas, coração meu. Boas perguntas.

Estou tentando responder a todas. Mas, acho que esta prova aí, eu vou deixar em branco.

E mesmo assim, a nota é 10!

30 em Uns

Nada de diferente aconteceu... Porque será?
Ontem eu fui ao aniversário do meu sobrinho caçula. Cheguei atrasada. Resolvi passar o dia na rua, fui ao salão me entregar cegamente às mãos de uma "Hair Design" - sim, porque agora, cabeleireiros ... É muito, digamos assim, Língua Portuguesa. E ela só está na moda quando se trata da nova Reforma Ortográfica.
Não gostei do resultado do Design... Acho que se fosse cabeleira, na verdadeira acepção da palavra que a Última Flor do Lácio produziu, teria ficado melhor. Mas, tudo bem, cabelo cresce. E isso, perto de tudo quanto eu passei, é nada.
Tenho de confessar que está bem mais moderno do que o que estava. Estou até começando a achar que combina mais com minha personalidade. Ou pelo menos é o que eu gostaria. Eu acho que sou meio como o tal corte: Arrojada, poderosa, inusitada! Até parece!
Tá bom. Gostei. Eu acho. Ah! Gostei sim! Só teria escovado diferente. E esse tanto de cabelo arrepiado no alto da cabeça? Fios novos. Por causa da quantidade de cabelo que caiu. Estresse. Ansiedade. Tristeza. Tudo junto no mesmo lugar e agora... Um caos.
Pois é. Cheguei às 15h em casa, e o telefone logo tocou. Era meu pai. Perguntando onde eu estava - como sempre. E eu AINDA estava em casa. Longe. Quase uma hora de ônibus. Tomei banho, me arrumei logo e fui. Desembarquei na parada errada. Meu sobrinho me buscou e fomos cumprimentar o Davi que, ao me ver perguntou na lata: Cadê meu presente?
Poxa vida! Vai ficar para depois. Restos mortais de bolo de aniversário, restos mortais de refri... E um casamento para ir depois de tudo isto, ainda... O problema é que eu já havia decido não ir para casamento algum. O tipo de cerimônia que, hoje em dia, me deixa um pouco pensativa demais. Já não vejo mais beleza nesse ritual. Só um ritual. Que, para mim, não quer dizer muita coisa.
As minhas coisas, assim como minha vida, estão espalhadas por um monte de lugares, incluindo a casa da Minha Tia, onde estou, a casa da minha outra tia, a casa da minha avó, o que sobrou da casa dos meus pais, a casa da minha irmã... E eu estava sem roupas adequadas à minha opulente forma de me arrumar para qualquer lugar que seja.
Portanto, eu estava opulentemente vestida para ir para a festinha do meu sobrinho. Acho que sou a tia mais perua. Não porque uso tudo enorme, chamativo, colorido, estampado. Mas é que, às vezes, eu me acho... Confesso. Eu me acho. Mentira. Ah, você que é mulher, já me entendeu.
É que muitas vezes eu sou meio afetadinha. Ando pé ante pé, rápido, quase sempre com aquela pose meio gay, com uma das mãos caidinha para frente, sabe como é?
Detesto ficar sem minhas coisas perto de mim. Meus vestidos, minhas jóias, meus perfumes, meu apetrechos de arrumar os cabelos. Resultado isto? Fui com um vestido da minha sobrinha, uma sandália da minha irmã, o colar da minha mãe, maquiagem que veio da tarde inteira, reforçada apenas por uma sombra preta, mais rímel, mais batom e mais blush. Porque ninguém lá de casa é branco feito eu. O único que é não usa maquiagem, obviamente, porque é homem: Meu Pai lindo!
Mas, vá lá. Mesmo sentindo-me extremamente desconfortável, eu fui. Fazer o que?
Nem queria. Estava triste, com medo e com vontade de ir correndo para casa esperar não sei o que. Ou melhor. Eu sei. Só que sabendo que não iria acontecer. Porcaria de coração vagabundo!
Meia-noite, e ganhei um abraço de "trincar" do Fábio. Estava trincando, mesmo... Ele foi lá me deu um abraço de urso e... Voila, foi o primeiro abraço dos 30 anos...
Não estava feliz, contudo. O medo estava tomando conta de mim como uma enchente toma conta de uma rua que jamais foi inundada em toda a sua existência de rua.
Só que esta inundação já estava acontecendo há mais ou menos duas semanas.
Eu achei que esses 30 anos seriam os melhores. De fato. São. Mas, o que eu quis dizer é que achava que este aniversário seria o melhor de todos. Queria que tivesse sido. Pelo menos os planos eram os melhores possíveis. Sim, porque o último foi um desastre - não total por causa da minha família - o motivo de tanto medo.
Só que para entender esse medo, eu terei de viajar um pouco mais longe... Por tempos, por espaços... Por 30 anos que se somarão a mais que isto, em experiências e vivências, e cujo resultado será 30 em Uns Anos.
Boa viagem para nós. E que eu tenha coragem. E que não canse.