domingo, 2 de agosto de 2009

O dia... Meu!!!

É meu aniversário, enfim.

Abro os olhos. Nada diferente, a não ser um dia diferente do que passou.

Deixei o meu celular no carro do Fábio... Sinto que milhares de pessoas me ligaram e eu simplesmente estou isolada do mundo...

Estou feliz que só! Aguardo a chegada desses 30 anos há mais de dois!

Queria dar uma festa retumbante.

Primeiro, pensei numa daquelas mais tradicionais, em um lugar super legal, com comidas sofisticadas... Mas, dadas as circunstâncias, eu vi que não seria possível.

Depois, eu pensei, junto com o Amor, em fazer uma festa em dupla com ele, já que aniversariamos próximos um do outro. Menos de um mês de diferença.

Ia ser uma festa temática, só íamos tocar anos 70... Vestir-nos a caráter, e chegaríamos em grande estilo, num carro daquela época. Provavelmente uma Kombi bem bacana.

O lugar, o tema, a música os convidados... Tudo era consenso. E estava crente que aconteceria.

Mas, o pé na bunda aconteceu. Retumbante, por sinal. Aconteceu sem que eu esperasse. Aconteceu.

Meus, pais, entretanto, generosamente, me ofereceram uma quantia para que eu fizesse uma comemoração. Depois de muito pensar, de conversar com o Luiz Antônio, meu primo e fiel escudeiro, eu visitei o Bar do Mercado Municipal aqui de Brasília. O Ville foi nota Mil!!!

Fizemos um esquema bacana e fechei a festinha lá.

Conseguimos uns amigos para tocar um chorinho, o que casou perfeitamente com o lugar.

O convite foi feito com todo o carinho e entregue com mais carinho ainda, já que, dado o orçamento apertado, eu só poderia chamar, no máximo 50 pessoas. Chamei mais que isto, pois sabia que algumas não iriam.

Todos os que convidei fariam muita falta, caso não fossem. No total, cheguei a fazer 4 listas. A primeira contava com cerca de 150 pessoas. Depois, enxuguei para 85, diminuiu para 70, e chegou a 60.

Liguei para todos, pessoalmente. Tratei de fazer um convitinho bem bacana, comprei envelopes, subscrevi e personalizei cada um. Nem todos irão. Eu sei.

Alguns fizeram a gentileza de me ligar. Outros sei que simplesmente não irão.

Estou um pouco insegura com o cardápio, já que a minha escolha foi um tiro no escuro. Mas, acho que todos irão gostar do Arroz de Bacalhau e do Arroz de Ragu de Rabada do Ville.

Amanhã. Ele sempre me assusta.

No fim das contas, hoje foi um domingo como outro qualquer. Acordei, peguei um ônibus, fui almoçar com a minha família, voltei para casa e... Nada além.

Só mesmo a expectativa de receber A ligação. Que não recebi, enfim. A decepção das decepções.

Afinal, o dia do meu aniversário, é sempre o dia do meu aniversário, oras!

Nele eu quero ser o centro do universo. Como boa leonina que sou.

Só que, acorda, criatura! O mundo não gira em torno de você. Mas, você, gira com ele. Uma insignificante massa branca e desbundada nessa imensidão que você não consegue sequer mensurar.

Ridícula! Pensa que é alguma coisa. Pensa que pode fazer diferença. Pensa que pode mudar o que já se estabeleceu. Iludida consigo mesma é o que você é.

Mas, é feliz. Como pode? Como consegue ter tanta paz assim? Como é possível que a vida esteja passando diante de seus olhos, assim, tão rapidametne e você a consegue enxergar nos seus mínimos detalhes? Como consegue burlar o tempo que anda, impiedoso, cruel e impassível?

De que forma você pode sobreviver a tudo? Como conseguiu?

Parece que foi ontem. E parece que os dias simplesmente foram como segundos, as semanas como minutos e os meses como horas.

Passou! E seu medo de que tudo desse errado? Está certo! Não foi bem como você gostaria que fosse. Mas, foi melhor do que você esperava. Não foi?

Nem parece que, há um ano exatamente, seu nome estava lá, num processo escandaloso. Ainda está. Ainda. Como o fio de uma espada sobre sua jugular. Um movimento errado e, pimba! Morreu!

Há um ano seus amigos estavam junto a você. Por piedade. O carinho havia morrido afogado nos acontecimentos. E foram embora, fecharam a porta e deixaram caixas e mais caixas da presença que você deixou perto deles, lá na portaria do prédio.

Como você conseguiu dormir naquela noite em que o mundo rodou na sua cabeça? Como?

Boas perguntas, coração meu. Boas perguntas.

Estou tentando responder a todas. Mas, acho que esta prova aí, eu vou deixar em branco.

E mesmo assim, a nota é 10!

30 em Uns

Nada de diferente aconteceu... Porque será?
Ontem eu fui ao aniversário do meu sobrinho caçula. Cheguei atrasada. Resolvi passar o dia na rua, fui ao salão me entregar cegamente às mãos de uma "Hair Design" - sim, porque agora, cabeleireiros ... É muito, digamos assim, Língua Portuguesa. E ela só está na moda quando se trata da nova Reforma Ortográfica.
Não gostei do resultado do Design... Acho que se fosse cabeleira, na verdadeira acepção da palavra que a Última Flor do Lácio produziu, teria ficado melhor. Mas, tudo bem, cabelo cresce. E isso, perto de tudo quanto eu passei, é nada.
Tenho de confessar que está bem mais moderno do que o que estava. Estou até começando a achar que combina mais com minha personalidade. Ou pelo menos é o que eu gostaria. Eu acho que sou meio como o tal corte: Arrojada, poderosa, inusitada! Até parece!
Tá bom. Gostei. Eu acho. Ah! Gostei sim! Só teria escovado diferente. E esse tanto de cabelo arrepiado no alto da cabeça? Fios novos. Por causa da quantidade de cabelo que caiu. Estresse. Ansiedade. Tristeza. Tudo junto no mesmo lugar e agora... Um caos.
Pois é. Cheguei às 15h em casa, e o telefone logo tocou. Era meu pai. Perguntando onde eu estava - como sempre. E eu AINDA estava em casa. Longe. Quase uma hora de ônibus. Tomei banho, me arrumei logo e fui. Desembarquei na parada errada. Meu sobrinho me buscou e fomos cumprimentar o Davi que, ao me ver perguntou na lata: Cadê meu presente?
Poxa vida! Vai ficar para depois. Restos mortais de bolo de aniversário, restos mortais de refri... E um casamento para ir depois de tudo isto, ainda... O problema é que eu já havia decido não ir para casamento algum. O tipo de cerimônia que, hoje em dia, me deixa um pouco pensativa demais. Já não vejo mais beleza nesse ritual. Só um ritual. Que, para mim, não quer dizer muita coisa.
As minhas coisas, assim como minha vida, estão espalhadas por um monte de lugares, incluindo a casa da Minha Tia, onde estou, a casa da minha outra tia, a casa da minha avó, o que sobrou da casa dos meus pais, a casa da minha irmã... E eu estava sem roupas adequadas à minha opulente forma de me arrumar para qualquer lugar que seja.
Portanto, eu estava opulentemente vestida para ir para a festinha do meu sobrinho. Acho que sou a tia mais perua. Não porque uso tudo enorme, chamativo, colorido, estampado. Mas é que, às vezes, eu me acho... Confesso. Eu me acho. Mentira. Ah, você que é mulher, já me entendeu.
É que muitas vezes eu sou meio afetadinha. Ando pé ante pé, rápido, quase sempre com aquela pose meio gay, com uma das mãos caidinha para frente, sabe como é?
Detesto ficar sem minhas coisas perto de mim. Meus vestidos, minhas jóias, meus perfumes, meu apetrechos de arrumar os cabelos. Resultado isto? Fui com um vestido da minha sobrinha, uma sandália da minha irmã, o colar da minha mãe, maquiagem que veio da tarde inteira, reforçada apenas por uma sombra preta, mais rímel, mais batom e mais blush. Porque ninguém lá de casa é branco feito eu. O único que é não usa maquiagem, obviamente, porque é homem: Meu Pai lindo!
Mas, vá lá. Mesmo sentindo-me extremamente desconfortável, eu fui. Fazer o que?
Nem queria. Estava triste, com medo e com vontade de ir correndo para casa esperar não sei o que. Ou melhor. Eu sei. Só que sabendo que não iria acontecer. Porcaria de coração vagabundo!
Meia-noite, e ganhei um abraço de "trincar" do Fábio. Estava trincando, mesmo... Ele foi lá me deu um abraço de urso e... Voila, foi o primeiro abraço dos 30 anos...
Não estava feliz, contudo. O medo estava tomando conta de mim como uma enchente toma conta de uma rua que jamais foi inundada em toda a sua existência de rua.
Só que esta inundação já estava acontecendo há mais ou menos duas semanas.
Eu achei que esses 30 anos seriam os melhores. De fato. São. Mas, o que eu quis dizer é que achava que este aniversário seria o melhor de todos. Queria que tivesse sido. Pelo menos os planos eram os melhores possíveis. Sim, porque o último foi um desastre - não total por causa da minha família - o motivo de tanto medo.
Só que para entender esse medo, eu terei de viajar um pouco mais longe... Por tempos, por espaços... Por 30 anos que se somarão a mais que isto, em experiências e vivências, e cujo resultado será 30 em Uns Anos.
Boa viagem para nós. E que eu tenha coragem. E que não canse.