domingo, 2 de agosto de 2009

30 em Uns

Nada de diferente aconteceu... Porque será?
Ontem eu fui ao aniversário do meu sobrinho caçula. Cheguei atrasada. Resolvi passar o dia na rua, fui ao salão me entregar cegamente às mãos de uma "Hair Design" - sim, porque agora, cabeleireiros ... É muito, digamos assim, Língua Portuguesa. E ela só está na moda quando se trata da nova Reforma Ortográfica.
Não gostei do resultado do Design... Acho que se fosse cabeleira, na verdadeira acepção da palavra que a Última Flor do Lácio produziu, teria ficado melhor. Mas, tudo bem, cabelo cresce. E isso, perto de tudo quanto eu passei, é nada.
Tenho de confessar que está bem mais moderno do que o que estava. Estou até começando a achar que combina mais com minha personalidade. Ou pelo menos é o que eu gostaria. Eu acho que sou meio como o tal corte: Arrojada, poderosa, inusitada! Até parece!
Tá bom. Gostei. Eu acho. Ah! Gostei sim! Só teria escovado diferente. E esse tanto de cabelo arrepiado no alto da cabeça? Fios novos. Por causa da quantidade de cabelo que caiu. Estresse. Ansiedade. Tristeza. Tudo junto no mesmo lugar e agora... Um caos.
Pois é. Cheguei às 15h em casa, e o telefone logo tocou. Era meu pai. Perguntando onde eu estava - como sempre. E eu AINDA estava em casa. Longe. Quase uma hora de ônibus. Tomei banho, me arrumei logo e fui. Desembarquei na parada errada. Meu sobrinho me buscou e fomos cumprimentar o Davi que, ao me ver perguntou na lata: Cadê meu presente?
Poxa vida! Vai ficar para depois. Restos mortais de bolo de aniversário, restos mortais de refri... E um casamento para ir depois de tudo isto, ainda... O problema é que eu já havia decido não ir para casamento algum. O tipo de cerimônia que, hoje em dia, me deixa um pouco pensativa demais. Já não vejo mais beleza nesse ritual. Só um ritual. Que, para mim, não quer dizer muita coisa.
As minhas coisas, assim como minha vida, estão espalhadas por um monte de lugares, incluindo a casa da Minha Tia, onde estou, a casa da minha outra tia, a casa da minha avó, o que sobrou da casa dos meus pais, a casa da minha irmã... E eu estava sem roupas adequadas à minha opulente forma de me arrumar para qualquer lugar que seja.
Portanto, eu estava opulentemente vestida para ir para a festinha do meu sobrinho. Acho que sou a tia mais perua. Não porque uso tudo enorme, chamativo, colorido, estampado. Mas é que, às vezes, eu me acho... Confesso. Eu me acho. Mentira. Ah, você que é mulher, já me entendeu.
É que muitas vezes eu sou meio afetadinha. Ando pé ante pé, rápido, quase sempre com aquela pose meio gay, com uma das mãos caidinha para frente, sabe como é?
Detesto ficar sem minhas coisas perto de mim. Meus vestidos, minhas jóias, meus perfumes, meu apetrechos de arrumar os cabelos. Resultado isto? Fui com um vestido da minha sobrinha, uma sandália da minha irmã, o colar da minha mãe, maquiagem que veio da tarde inteira, reforçada apenas por uma sombra preta, mais rímel, mais batom e mais blush. Porque ninguém lá de casa é branco feito eu. O único que é não usa maquiagem, obviamente, porque é homem: Meu Pai lindo!
Mas, vá lá. Mesmo sentindo-me extremamente desconfortável, eu fui. Fazer o que?
Nem queria. Estava triste, com medo e com vontade de ir correndo para casa esperar não sei o que. Ou melhor. Eu sei. Só que sabendo que não iria acontecer. Porcaria de coração vagabundo!
Meia-noite, e ganhei um abraço de "trincar" do Fábio. Estava trincando, mesmo... Ele foi lá me deu um abraço de urso e... Voila, foi o primeiro abraço dos 30 anos...
Não estava feliz, contudo. O medo estava tomando conta de mim como uma enchente toma conta de uma rua que jamais foi inundada em toda a sua existência de rua.
Só que esta inundação já estava acontecendo há mais ou menos duas semanas.
Eu achei que esses 30 anos seriam os melhores. De fato. São. Mas, o que eu quis dizer é que achava que este aniversário seria o melhor de todos. Queria que tivesse sido. Pelo menos os planos eram os melhores possíveis. Sim, porque o último foi um desastre - não total por causa da minha família - o motivo de tanto medo.
Só que para entender esse medo, eu terei de viajar um pouco mais longe... Por tempos, por espaços... Por 30 anos que se somarão a mais que isto, em experiências e vivências, e cujo resultado será 30 em Uns Anos.
Boa viagem para nós. E que eu tenha coragem. E que não canse.

Nenhum comentário: