segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Aprendendo a aprender


Há tempos eu me pego pensando a respeito de haver chegado nessa etapa da vida. Porque tenho um objetivo primordial: Aprender.

Principalmente aprender com os meus erros. Para não cometê-los novamente, e para não sofrer tanto mais.

Os que buscam a sabedoria aprendem com seus próprios tropeços. Os que são realmente sábios observam o caminho, caminham por ele e procuram não cair na pedra que já viram antes - e na qual muitos já tropeçaram.

Eu já percebi, no entanto, que muita gente com quem falo - principalmente os mais jovens - parecem não dar muito crédito ao que eu posso dizer a eles.

Quando, por exemplo, eu faço algum comentário a respeito de casamento, alguns me olham com aquela cara: "Não conseguiu conservar nem o seu, vai dar pitaco na minha vida"?

Queria poder abrir a cabeça da criatura só para que ela soubesse que, justamente porque eu tropecei NAQUELA pedra é que eu estou dizendo que ela pode lhe fazer cair. E seriamente.

Daí porque eu acho que sou uma pessoa em busca da sabedoria.

Não obstante, eu ainda tropeço. E muito. Mas, se alguém puder acreditar que os meus erros me fizeram aprender alguma coisa, eu tenho um bocado a ensinar.

Hoje eu sei, por exemplo, que não sou forte. Sou é muito frágil. Eu achava que poderia resistir ao poder de uma paixão, que eu só sofreria se quisesse e que só amaria a quem eu escolhesse amar.

Pura ilusão! Ilusão de menina. Quando cresci e virei mulher entendi que paixões são incontroláveis, que sofrimentos são inevitáveis e que o amor não escolhe. Ele simplesmente é.

E que há milhares de formas para ele.

Aos 30 anos eu entendo que o amor não precisa de motivos para acontecer. Há muitas formas, entretanto, de se confundir outros sentimentos com amor.

Se eu digo que amo alguém porque é maravilhoso comigo, porque é belo, gentil, delicado, afetuoso, atencioso, etc, etc, eu estou apenas expressando a minha admiração pelo que eu entendo ser qualidades.

Sim, porque nesta altura da vida eu já entendi também que, muitas vezes, o que eu acho que é defeito pode ser um atributo que EU não possuo.

Eu admiro - ah como admiro! - a pessoa que não está nem aí para o modo como se aperta o tubo da pasta de dentes! Pois, apesar de eu DE-TES-TAR pegar o tubinho todo amassado, eu sei que essa minha neura é uma coisa à toa. Mas, isto é algo que me incomoda profundamente, embora também saiba que é o tipo de sentimento que eu AINDA consigo controlar.

Hoje eu procuro segurar a minha onda. E a não segurar mais tanto assim.

Como disse a minha querida amiga Claudinha, que já está a alguns anos de experiência à minha frente, aos 30 a gente já não quer mais apenas agradar como fazia aos 20.

Eu tinha um desespero enorme por não magoar, por fazer apenas aquilo que agradasse aos outros e não necessariamente a mim.

Aos 30 - e uns meses já - eu compreendi que não posso agradar a todo mundo. E que, no fim das contas, quem restará nessa ciranda da vida sou eu.

Óbvio que eu ainda sinto muito medo de magoar. Só que eu tenho muito mais consciência daquilo que me dói com profundidade. E, por isso, não deixo mais que atitudes alheias e que me machucam, sejam repetidas ao ponto de me ferir demais.

Agora eu sei que minha família é meu porto seguro, mas que os meus não são eternos. Sei que sou louca por gatinhos e cães e que eles me acalmam muito. Sei que me sentir só me dói. E que me sentir sem lugar tira minhas energias.

Sei que vale a pena tentar, ainda que as tentativas não redundem em coisa alguma, pois é disso que é feita a vida.

Eu aprendi que é muito mais fácil falar do que agir. Mas, que eu posso me colocar no lugar do outro.

Que eu quero muitas coisas, mas que não poderei - jamais - ter muitas delas. Nem por isso eu me sinto frustrada.

Eu agora sei, mais do que qualquer outra coisa, que é urgente viver. Mas isto não implica em viver sem responsabilidade. Sei do que gosto. E também sei do que não gosto.

Hoje eu ainda tenho um pouco de medo de dizer que gosto mais disto do que daquilo. E sei que daqui a algum tempo isto vai passar. Afinal, os anos vividos nos dão licença para sermos cada dia mais nós mesmos.

E hoje, aos 30, eu sou mais eu do que fui aos 20. Mas, foram a soma dos 20+10 que resultaram em uma pessoa mais franca, mais aberta, mais corajosa e também mais cautelosa. Principalmente consigo mesma.

Sim, afinal, foi agora que eu aprendi - também - que toda ação começa em mim mesma, assim como a reação que ela provoca. Por isso, eu sei que tudo quanto eu disser, tudo o que eu fizer tem consequências, e que eu devo enfrentá-las, sejam elas quais forem.

E a vida começa mesmo aos 30... E há quem discorde. E eu torço para que, quando eu chegar aos 40, eu possa repetir a mesma frase e criar outro Blog. Pois, sei que lá na frente eu recomeçarei e direi: A vida começa aos 40. Para que possa começar, enfim, o 40 em Uns!

11 comentários:

Anônimo disse...

Nossa,querida,como és sábia,é aquela sabedoria do xarope,sabe qual é,meu amor.

Doce Bárbara disse...

Estes anônimos são uns fofos, né?
Como é bom envelhecer!

Anônimo disse...

Gabi,
Acabo de ler o comentário da anônima. Sim, digo com certeza que se trata de uma mulher... Há nas entrelinhas das palavras irônicas um certo despeito, talvez revanchismo, próprios de pessoas que se sentem ameaçadas... Bem, só você pode responder se há fundamentos... O que eu achei engraçado foi ela querer comentar algo sobre sabedoria... Meu Deus, ajude essa pobre coitada!!!
Cara anônima, a sabedoria é, acima de tudo, o respeito ao próximo, à liberdade de expressão, é saber a hora de falar (ou de calar), é criticar somente quando se conhece as fraquezas do outro e isso trouxer algum benefício... O título do texto é muito apropriado a você, cara anônima, aprenda a aprender as lições que a vida lhe oferece...
E você, Gabi, não permita que o seu blog, que é cheio de coisas boas e interessantes, seja contaminado com tolices anônimas... Bom, é só uma pequena sugestão. Beijos. Paulo.

Gaby Avelar disse...

E não é Maura? Fofas demais essas pessoas que gostam de jogar pedras em teto de vidro e esconder a mão... Uma graça!
Paulo, meu doce! Não sei quem é... Mas, cada um tem o direito de pensar o que quiser. Isto não muda o que EU penso. Só lamento porque acho que essa pessoa perde muito tempo lendo o que eu penso e escrevo, e tempo é tão precioso para a gente perder, não é?
Se é homem ou se é mulher, para mim pouco importa. Certas atitudes são deselegantes, qualquer que seja o gênero da criatura.
Deixa estar.
Beijos!!!

Elisa Avelar disse...

Linda querida,
Vc é um doce. Quero sim, saber as boas novas.
Obrigada por sorrir e chorar comigo. Beijos, flor.
Smac!!!

Anônimo disse...

Olá, tudo bem?

Adorei o texto... também sou uma mulher de 30 e vc escreveu muitas coisas que eu também sinto nesta nova fase da minha vida.

Assim como vc eu aprendi muito com meus erros e a nossa maior semelhança é a tentativa de não magoar as pessoas (isso é marcante em mim, sabe!). Mas, percebi que a maioria das pessoas não tem essa preocupação, ferem se se preocupar com que os outros estão sentindo... e como eu sou sens´vel amiga!!!

Beijo e parabéns pelo blog.

Wanessa
BH-MG
www.belezapedagogica.blogspot.com

Adriana Polo. disse...

Amiga a gente é doidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!! kkkk beijocaaaaaaaaa

Wan disse...

Olá Gaby,

Obrigada por ser seguidora do Beleza Pedagógica... o meu blog também é novinho e é bom saber que poderei contar com suas visitas.
Eu também sou sua seguidora e sempre virei aqui pra ler o os seus textos.

Beijo!
Wanessa

Sara disse...

A vida recomeça todos os dias Gabi, seja com que idade estiver, você não só repitirá frases como esta e também reinventará novas frases e novas formas de se realizar. Você pode ser o que quiser e como desejar, tem a ferramenta da felicidade nas mãos: não tem medo de ser quem é e muito menos de mudar e errar. Beijinhos essências...um fim de semana florido para ti.

Anônimo disse...

Gabrielle, eu nasci em 65, vi Beatles, homem na lua, Woodstock etc (claro que não pessoalmente, quem me dera pudesse). Quando tinha 15 anos calculei minha idade e sabia que no ano 2000 estaria com 35 e conversava com meus amigos; Poxa vou estar velho. Hoje aos 45 já não canto tão bem quanto os Beatles rsrsrs, o homem já cansou de ir na Lua, e os Woodstocks estão bem diferentes; mas o bom da vida continua, apenas com alguns reumatismos, artrites e perda de memória rsrsrs, e esse bom da vida é o próprio VIVER. Muito bom o post.

Abraços e uma ótima semana,
Marco

Gaby Avelar disse...

Olá, Marco... Como sempre, aprecio muito as suas visitas!
Observei, contudo, que vc deixou de seguir o Universo... Snif!!!
Bom, eu sempre pensei que ter 30 anos seria maravilhoso. Sempre. Só não me pergunte o motivo disso... E sempre achei que uma pessoa de 30 anos ainda é muito jovem. Minha irmã sempre me disse que eu já nasci velha, hehehehehe!!! Vai ver que é por isso que eu acho que, aos 30, somos ainda bebês...
Você é ainda mais privilegiado que eu. Ainda viu ícones de uma época que se tornaram eternos. Eu pouco posso dizer dos anos 80, senão daquela maluquice que foi... Alegre, é verdade. Porém nada que se compare aos Beatles ou à viagem do homem à lua.
Certa vez eu escrevi que o preço da leveza da alma que adquirimos com a chegada da maturidade é que o corpo, de tanto levar os pesos da juventude, sente muito. Se nós soubessemos de antemão que a vida é tão boa sem nossas cargas, que elas não nos servem para nada, seria tão bom, não é?
Olha, muito obrigada por me ler.
Não sabe o quanto eu aprecio suas visitas, seu Blog, assim como acho que alguns outros são tão especiais quanto.
Um grande abraço!!!